quarta-feira, 16 de outubro de 2019


O PASSAPORTE… DA DROGA

Estas duas expressões, droga e passaporte, têm dominado estes últimos tempos as conversas do quotidiano dos guineenses. Duas palavras, aparentemente sem qualquer ligação, mas que teimam em cruzar-se pelos caminhos do debate público e político na arena nacional.

E foi tanta omnipresença desse debate no nosso dia-à-dia, que induziu-me ao trabalho de pesquisar e recolher as fortes evidências desse imbróglio político-policial que, de seguida, passo a destacar, particularizando cada um dos "casos" nos respetivos contextos, ligando-os depois, na inevitável teia de estranhas "coincidências" que nos assaltam vista à dentro.

Sobre o passaporte diplomático emitido a favor de Jhon Jaime Cano Zambrano*, cidadão colombiano de reputação ainda incógnita, estão claramente evidenciados, os seguintes pontos :

Envolvidos : O Chefe de Governo, Aristides Gomes, que nomeou o beneficiário seu Conselheiro Especial por Despacho Nr055/PM/2019, e que ordenou a emissão de um passaporte diplomático a favor do colombiano, o Ministro de Estado, da Presidência do Conselho de Ministros, Assuntos Parlamentares e Porta-Voz do Governo, Armando Mango, que assina indevidamente o passaporte, Um Secretário de Estado das Comunidades, Bacai Sanhá Júnior, usado e vezeiro nessas praticas, amigo pessoal do empresário e que o angariou, como para financiar a campanha do PAIGC em 12 milhões de USD, um conhecido empresário na área da hotelaria e panificação, Armando Correia Dias (Ndinho), Conselheiro especial do PM, um conhecido empresário guineense de nome Verissímo Nancassa (“Tchitchi”) instalado no país vizinho do Senegal, amigo pessoal e financiador do presidente do PAIGC, constantemente ligado a negócios obscuros e golpes de estado, Domingos Simões Pereira, chefe do gang e mandante da operação e Conselheiro Especial do PM e Chefe de Governo-sombra.

Contrapartidas fornecidas pelo colombiano ao PAIGC : financiamento dos três descarregamentos de Airbus em equipamentos e material de campanha de última nas eleições findas e das duas viaturas Ford equipadas com equipamentos sonoros de altos digitos e altamente sofisticados ; pagamento de várias viaturas For fornecidas por “Tchitchi” através de Dakar e distribuidas a alguns históricos do PAIGC e à filha de A. Cabral nas vésperas das eleições legislativas e também...,pagou (ainda não levantadas, mas existem recibos comprovativos) na CFAO-Bissau, 12 viaturas 4x4, entre Prados e pick-up’s em valores acima dos 400 milhões de FCFA e várias centenas de milhões de fCFA para dar satisfação aos pedidos recorrentes do presidente do partido.

Contrapartidas facilitadas pelo Governo/PAIGC : facilitar por meios e influência das autoridades acções de cooperação ativa e facilitação para o trânsito e circulação de 7 toneladas de droga, servindo-se do país e das suas autoridades policiais, como placa giratória e facilitadores do encaminhamento.

Sobre a Droga : No total foram acordadas fazer passar 7 toneladas de droga. Duas séries de 2 toneladas cada passaram incólumes que, mereceu a confiança para os financiamentos disponibilizados nas legislativas findas. Porém, nas vésperas das legislativas, já com a DEA e Interpol no terreno, alertadas pela exponência dos gastos da campanha do PAIGC, foram apreendidas 970Kgs (não 800kgs) contrariamente à quantidade declarada como apreendida e finalmente, foram apreendidas as 2 toneladas que deviam encerar, o lote do pacto assinado entre o Cartel e o Governo/PAIGC.

Fato investigatório : existe ao nível da cúpula da PJ guineense, “resistência” passível de entravar o processo de investigação, face as evidências claras de envolvimento do Governo e do PAIGC nesse negócio da droga, com claro intuito de proteger o regime. O descontentamento dos operacionais é evidente e faz-se sentir cada vez mais.

Fato conclusivo : embora a defesa do regime alegue “oficialmente” que o colombiano, Jhon Jaime Cano Zambrano não está indiciado na operação Navarra, ele está intimamente ligado ao Cartel atuante em Bissau que age sob caução das atuais autoridades e funcionava, como o interface entre os traficantes e o Governo e Presidente do PAIGC.

Fonte : fidédigna da investigação (componente internacional)

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