O PASSAPORTE… DA DROGA
Estas duas expressões, droga e
passaporte, têm dominado estes últimos tempos as conversas do quotidiano
dos guineenses. Duas palavras, aparentemente sem qualquer ligação, mas que
teimam em cruzar-se pelos caminhos do debate público e político
na arena nacional.
E foi tanta omnipresença desse
debate no nosso dia-à-dia, que induziu-me ao trabalho de pesquisar e recolher
as fortes evidências desse imbróglio político-policial que, de seguida, passo a destacar, particularizando cada um dos "casos"
nos respetivos contextos, ligando-os depois, na inevitável teia de estranhas "coincidências"
que nos assaltam vista à dentro.
Sobre o passaporte diplomático
emitido a favor de Jhon Jaime Cano Zambrano*,
cidadão colombiano de reputação ainda incógnita, estão claramente
evidenciados, os seguintes pontos :
Envolvidos : O Chefe de Governo, Aristides Gomes, que nomeou o beneficiário seu Conselheiro Especial
por Despacho Nr055/PM/2019, e que ordenou a emissão de um passaporte diplomático
a favor do colombiano, o Ministro de Estado, da Presidência do Conselho de
Ministros, Assuntos Parlamentares e Porta-Voz do Governo, Armando Mango, que assina indevidamente o passaporte, Um Secretário
de Estado das Comunidades, Bacai Sanhá Júnior,
usado e vezeiro nessas praticas, amigo pessoal do empresário e que o angariou, como para financiar a campanha do PAIGC em 12 milhões de USD, um conhecido
empresário
na área
da hotelaria e panificação, Armando
Correia Dias (Ndinho), Conselheiro especial do PM, um conhecido empresário
guineense de nome Verissímo Nancassa (“Tchitchi”) instalado
no país
vizinho do Senegal, amigo pessoal e financiador do presidente do PAIGC,
constantemente ligado a negócios obscuros e golpes de estado, Domingos Simões Pereira, chefe do gang
e mandante da operação e Conselheiro Especial do PM e Chefe de Governo-sombra.
Contrapartidas fornecidas pelo colombiano ao PAIGC : financiamento dos três descarregamentos
de Airbus em equipamentos e material de campanha de última nas eleições findas e das duas
viaturas Ford equipadas com equipamentos sonoros de altos digitos e altamente
sofisticados ; pagamento de várias viaturas For fornecidas por “Tchitchi” através de Dakar e distribuidas a alguns históricos do PAIGC e à filha de A. Cabral nas vésperas das eleições legislativas e também...,pagou
(ainda não levantadas, mas existem recibos comprovativos) na CFAO-Bissau, 12 viaturas
4x4, entre Prados e pick-up’s em valores acima dos 400 milhões de FCFA e várias
centenas de milhões de fCFA para dar satisfação aos pedidos recorrentes do
presidente do partido.
Contrapartidas facilitadas pelo Governo/PAIGC :
facilitar por meios e influência das autoridades acções de cooperação ativa e
facilitação para o trânsito e circulação de 7 toneladas de droga, servindo-se do
país e das suas autoridades policiais, como placa giratória e facilitadores do
encaminhamento.
Sobre
a Droga : No total foram acordadas fazer passar 7 toneladas de droga. Duas
séries de 2 toneladas cada passaram incólumes que, mereceu a confiança para os
financiamentos disponibilizados nas legislativas findas. Porém, nas vésperas
das legislativas, já com a DEA e Interpol no terreno, alertadas pela exponência
dos gastos da campanha do PAIGC, foram apreendidas 970Kgs (não 800kgs)
contrariamente à quantidade declarada como apreendida e finalmente, foram
apreendidas as 2 toneladas que deviam encerar, o lote do pacto assinado entre o
Cartel e o Governo/PAIGC.
Fato
investigatório : existe ao nível da cúpula da PJ guineense, “resistência” passível
de entravar o processo de investigação, face as evidências claras de
envolvimento do Governo e do PAIGC nesse negócio da droga, com claro intuito de
proteger o regime. O descontentamento dos operacionais é evidente e faz-se
sentir cada vez mais.
Fato conclusivo : embora a defesa do regime alegue “oficialmente”
que o colombiano, Jhon Jaime Cano Zambrano não está indiciado na operação Navarra,
ele está
intimamente ligado ao Cartel atuante em Bissau que age sob caução das atuais
autoridades e funcionava, como o interface entre os traficantes e o Governo e
Presidente do PAIGC.
Fonte : fidédigna da investigação
(componente internacional)
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