quarta-feira, 30 de outubro de 2019

GUINE-BISSAU, OS RISCOS DE NEOCOLONIZACAO


GUINE-BISSAU : UM PROJETO SUB-REGIONAL DE NEOCOLONIZAÇÃO

Cada dia que passa, faz-se luz sobre os contornos e planos que estão subjacentes às acções e posições que têm sido assumidas pela CEDEAO, relativamente ao conflito político-institucional que assola a Guiné-Bissau.

Num primeiro tempo, depois de terem neutralizado cirúrgicamente o Presidente da República, José Mário Vaz (JOMAV), que incautamente caiu no engodo da mediação assumidamente parcial da CEDEAO, permitiu-se ingénuamente, ser “despido” de todos os seus poderes constitucionais e, ser transformado num antêntico refém e figura anedótica de presidencialismo na sub-região.

Também, foi sob pressão e injunções tutelares, desrespeitosas e ditatoriais que, a CEDEAO impôs aos guineenses a sua agenda eleitoral e os moldes da realização das legislativas que, apesar das falcatruas e manigâncias engendradas acabaram por reservar uma surpresa madrasta para o partido da sua preferência, o PAIGC. Porém, para que o poder não fugisse fora do radar do seus cumplices no sombrio projeto de neocolonização da Guiné-Bissau, a CEDEAO não se coíbiu, mais uma vez, de vir em socorro dos seus protegidos, aconselhando-os e apadrinhando a apressada coligação de incidência parlamentar entre o PAIGC/APU-PDG/UM/PND.

De seguida, veio a imposisão, com privilégios de inamovibílidade e intocabilidade, a nomeação de Aristides Gomes (agente de confiança e representante dos interesses e lobbys franceses na Guiné-Bissau), para se dar seguimento ao projeto de colocar o país e as suas imensas riquezas (petróleo, gaz, uránio, fosfato, bauxite etc...) sob a alçada e controlo do colon françês (sempre ávido das nossas riquezas). Essa estratégia, visa garantir a futura exploração das nossas riquezas em proveito da França, passando pela fachada do proteccionismo-intervencionista sub-regional ao impôr aos guineenses, um PM da conveniência da França. Por isso, entende-se agora melhor o estatuto de inamovibilidade atribuido pela CEDEAO ao seu PM Aristides Gomes (AG), querendo impô-lo, até a realização das presidenciais, pois basta, prestar-se atenção à atuação das forças da escolta da Ecomig de AG, em postura de alerta de guerra assumida, como a querer, intimidar qualquer pretensão ou veleidades de impedi-lo de exercer as suas funções.

Também não se deve deixar passar em claro as declarações em tempos feitas por DSP, quando afirmou que, o governo recém nomeado de Aristides Gomes, é um governo à prazo, um prazo limite que vai até a realização das eleições presidenciais previstas para 24 de novembro. Na realidade, esta afirmação de DSP, não tem nada de inocente, pelas razões que de seguida, passamos a expôr.

DSP engendrou com cumplicidade da CEDEAO/GETAPE/CNE, um esquema mafioso para levar a cabo uma mega-fraude eleitoral que lhe “dá garantias seguras” de vencer as presidenciais de 24 de novembro 2019, logo à primeira volta. Para isso, DSP ordenou mexidas cirúrgicas na GETAPE, mandou criar estratégicamente a Secretaria de Estado da Gestão Eleitoral a fim de neutralizar a CNE nos aspectos operacionais e de supervisão do processo (esta estrutura foi entregue ao cadastrado Justen Nosolini para fazer as trafulhices do costume, desta vez, devidamente coadjuvado por uma equipa de especialistas nigerianos e delinquentes brasileiros em ilicitos eleitorais). Para completar o esquema, DSP conta com cumplicidade vergonhosa da CNE, assim como a garantia da protecção da CEDEAO, para caso necessário, vir a intervir para consolidar e dar caução ao golpe eleitoral programado.

Foi no contexto acima que despuradamente, sem dar a devida conta, que o lider do PAIGC, “sentiu-se” traido pelo desmedido da sua ambição e, descuidadamente proclamou-se antecipadamente, como o futuro “presidente” da República da Guiné-Bissau, estando na altura ja a prespetivar o seu “mandato” presidencial, com um novo Primeiro ministro, aconselhado e escolhido pelos seus padrinhos da CEDEAO com o qual, formariam o par de “iluminados” para governar o futuro da Guiné-Bissau..., um remake guineense, tipo Puttin/Medvedev.

Esse projetado PM, seria Paulo Gomes, o menino bonito dos títeres e déspotas da sub-região, o “prodigio” que irá marcar definitivamente, com sua "inteligência superior", franconizar e subjugar, o teimoso apendice regional luso-guineense, que tanto incomôda, a quíetude dos subserventes chefes de Estado da vizinhança regional.

Pergunta-se, será que, o DSP converteu-se à francofonia abandonando o espaço da influência lusófona ?

É bom notar que, DSP há muito mudou o seu chip estratégico-proteccionista para o girão francófono, pois cedo, compreendeu que, nem a CPLP, tão pouco Portugal sózinho ou Angola, estarão algum dia, à altura de conseguir  impôr um presidente das suas preferências na Guiné-Bissau, que não sejam da “escolha” dos interesses geo-estratégicos que imperam na sub-região (veja-se o caso flagrante de Carlos Gomes Júnior que, claramente a CEDEAO não queria que fosse presidente da Guiné-Bissau em 2012... e, na realidade, não o foi, por impedimento da CEDEAO...)... e, DSP compreendeu bem e muito cedo essa mensagem. 

Por isso, hoje mais do que nunca, DSP ASSUME-SE COMO O CANDIDATO PREFERIDO E CLARAMENTE APOIADO PELA CEDEAO.

Enfim, tudo está preparado e delineado e só um milagre abortara os intentos da CEDEAO de impôr a sua ordem e ter os cordelinhos da Guiné-Bissau nas suas mãos, impondo na presidência e governo os seus homens de mão que, são respetivamente : DSP para Presidente  e PG para PM.

E assim, se nada fôr atempadamente feito, queiramos ou não :

Aristides Gomes continuará a ser o PM da Guiné-Bissau e será ele e o seu governo a organizarem estas eleições de 2019, como bem entender e mandar a CEDEAO..., fazendo mais uma vez um ato de humilhação para o Povo guineense ;
DSP irá ganhar as eleições presidenciais, as mais fraudulentas do país, logo à primeira volta e, caso houver contestação a CEDEAO irá intervir e consolidar a fraude ;
Paulo Gomes será o prôximo o PM da Guiné-Bissau e, o nosso país, passara a ser a província mais ao Sul do Senegal, depois da Casamansa.  

 Pelo Coletivo, "Honra e Patriotismo 1973"


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