sexta-feira, 18 de outubro de 2019

RODA O PAU... E ESCOLHE-SE O ARISTIDES GOMES


RODA O PAU... E ESCOLHE-SE O ARISTIDES GOMES

Muitos dos meus concidadãos devem estar a interrogar-se, porque razão a nossa organização sub-regional, a CEDEAO, tem uma quase fixação na figura de Aristides Gomes (AG) para, sucessiva e erráticamente apostarem nele, como Chefe do Governo na Guiné-Bissau, sempre com pretenso “objectivo” ou “argumento” de ser, a figura política, supostamente mais habilitada, para resolver os problemas da Guiné-Bissau..., quando na realidade, o homem tem demostrado que objetivamente, é um inapto, um autêntico desastre como Chefe do Governo e um gestor público e das causas sociais.

A primeira vez que AG, foi impingido aos guineenses como PM, aconteceu no regime de Nino Vieira, quando, após o seu regresso do exilio ter vencido as eleições presidenciais e demitido o governo constitucional de Carlos Gomes Júnior, então lider do PAIGC, com quem ambos se incompatibilizaram ferozmente.

Desse tumultuoso consulado, poucas boas recordações se podem guardar, senão a corrupção generalizada, negociatas, desvio descarado do erário público, tráfico e descaminho da droga (o caso dodesaparecimento de 600Kg de cocaína nos cofres do MEF), negócios obscuros ( licença da operadora de telecomunicações, Orange Bissau) e empréstimos e endividamento desastrosos na banca comercial.

Sucedeu-se-lhe uma longa travessia de deserto, para reaparecer 13 anos depois e, aparentemente, sob o sêlo e caução da CEDEAO para dirigir um governo de “consenso” com o objetivo de realizar as eleições legislativas de março passado. De novo... foi o que se viu, um total descalabro, repitindo-se os mesmos erros, os mesmos vicios e os mesmos males outrora práticados... com denominadores comuns e inquietantes : corrupção, prepotência, falta de dialogo com os parceiros, desvios do erário público e droga..., sim essa maldita droga, que gera dinheiro sujo e comprometimento do país.

Decorrido as eleições legislativas, por arte da desgraça alheia e da irrascível incompatibilidade entre o Presidente Jomav e o lider do PAIGC, o dito cujo, volta a aparecer como o nome do “consenso” escolhido pela CEDEAO, para chefiar o governo saido das eleições, com a particularidade de lhe conceder um privilégio surreal de ser, inamovível e intocável contra até a realização das eleições presidenciais de novembro próximo.

Pergunta-se...mas porquê, tanta insistência da CEDEAO na pessoa e figura de Aristides Gomes apesar de todos os senãos e suspeições que, sobre ele impendem ???

Razão muito simples : o AG é o homem de confiança que representa plenamente os interesses da França no nosso país e, o exercício dessa confiança passa por impingí-lo ao nosso país por intermédio da CEDEAO, subservente aos interesses franceses em toda a sub-região.

Diz quem o conhece desde os tempos de estudante em França, AG ja pertencia à fileira dos agentes recrutado pelos serviços de segurança franceses, inicialmente como informador e posteriormente, como agente de interesse e influência político, sendo um dos seus agentes mais fieís e emblemáticos no nosso país.

Nessa condição, AG é a pessoa que mais encarna e garante os interesses que a França tem no nosso país,  não se coibindo de interferir pronta e enérgicamente à favor dos interesses franceses e dos seus cidadãos, em todos e quaisquer negócios ou diferendos em que os interesses dos mesmos pudessem estar em causa. Um caso recente e flagrante desse exercício de missão de agente, é a sua recente intervenção a favor do milionário e lobista françês, Louis Dreyffus no diferendo que este tem com algumas instituições financeiras país, apesar da manifesta acção de burla contra os bancos da nossa praça e dos fortes indicios de evasão fiscal praticado contra o Estado guineense por esse riquissímo homem de negócios françês ao longo de anos à fio e com perdas colossais para o Estado.

Outros fatos poderão ser aqui elencados como acções de um agente em exercício dos interesses franceses, porém o foco deste artigo, é explicar acima de tudo : o porquê e a razão pela qual AG é figura central atual da nossa polítiva.

H. M. Pereira
Evry, 16 de outubro do ano2019   

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