segunda-feira, 21 de outubro de 2019

BRINCAR AS ELEICOES

É altura de pararmos de brincar com as eleições!

Acredito vivamente, que num futuro próximo, vamos todos, a classe politica, a sociedade civil e os
eleitores fazer um esforço para construirmos espaços de reflexão apropriados e dedicar mais tempo
para refletirmos conjuntamente sobre como melhorar o funcionamento do nosso sistema político e
das nossas instituições democráticas.

Olhemos, por exemplo, para a lista de pessoas que se perfilam (e perfilaram) para as próximas
eleições presidenciais.

Como é possível que cidadãos (apesar de todo o direito e liberdade que a lei os confere) sem
nenhuma expressão social e política, sem nenhum projeto político, que não inspiram confiança
alguma ao eleitorado, possam ter o interesse em se tornarem de repente Presidente da República, em
Nosso Presidente? Porque razão aceitamos esta banalização do nosso sistema politico, ao ponto de
não se preocupar, minimamente em estipular regras de jogo que visam proteger a sociedade e as
gerações futuras de cair em amorfia, letargia e em desqualificação social. Não podemos aceitar
mais, que nos seja imposto, um modelo de sociedade onde reina o descrédito, a incompetência, e a
escuridão.

Candidatos como Afonso Té, Idrissa Djaló, Vicente Fernandes, Mutaro Djabi, Gabriel Indi e mais
os 7 que foram chumbados pelo Supremos Tribunal (por não reunirem os requisitos legais
necessários), todos juntos não mobilizam nem 10% do eleitorado nacional, ou seja, 70 mil votos
(num horizonte de cerca de 700 eleitorados). Como podem querer essas pessoas ser candidatos à
Presidência da República? Com que legitimidade e expressão? Porque raio de razão, os cidadãos
têm que passar o seu tempo a ouvir os disparates dessas pessoas, algumas só sabem criticar e
violentar verbalmente os seus adversários, em invés de apresentarem projetos e ideias para os
problemas que o país enfrenta? Estes indivíduos deviam pensar que o facto de se pretenderem
candidatar-se isso acarreta custos ao Estado, pois a impressão de boletins de votos custa dinheiro, os
tempos de antena custam dinheiro, os comícios custam dinheiro por causa da segurança, etc, etc. E
no fim quem presta contas, através de um relatório sobre o que recebeu e o que gastou, a
proveniência dos fundos, etc?

As conclusões que podemos tirar de tudo isto são estas:

1. A sociedade, em geral, continua a olhar para o Estado como um lugar para ir se projetar
social e economicamente, lugar onde se pode ganhar dinheiro, abusar dos seus privilégios e
resolver os problemas pessoais;

2. Falta de humildade intelectual, a incapacidade de reconhecer os limites do nosso
conhecimento e capacidades, de aceitar as nossas insuficiências e colocar limites nos nossos
desejos e aspirações;

3. A falta de respeito pelas pessoas a nossa volta e de responsabilidade perante as instituições
que nos regem;

4. O desejo desenfreado de gastar o erário público, o dinheiro porque não sai do nosso bolso,
então é para gastar, sem limites e sem pudor.

Precisamos urgente de começar a impor regras claras de jogo que possam disciplinar e moldar o
acesso aos cargos de responsabilidades politica e social de modo a que possam aparecer
personalidades da sociedade civil ou políticos dotados de visão e carisma (e com o apoio da
comunidade internacional) para por em marcha todo um programa (mesmo sendo um Plano
Marshal) articulado de ultrapassagem do atual estado de coisas do país.

Força de Leste!

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