C.E.D.E.A.O. À
DERIVA NA GUINÉ-BISSAU...,
UMA ORGANIZAÇÃO, SEM RUMO E SEM CRITÉRIOS IMPARCIAIS DE MEDIAÇÃO
A nossa organização regional está
completamente perdida com o escopo da sua missão na Guiné-Bissau, que é
supostamente de servir, como instrumento de interposição e de mediação no
conflito politico-institucional no país, missão essa, orientada na perspectiva
de se promover o restabelecimento da legalidade democrática e garantir a estabilização
e consolidação das instituições democráticas no país, fortemente abaladas com o
golpe de 12 de abril.
Até hoje, apesar de estar já, perfeitamente
impregnado da matriz do conflito politico-institucional, ela persiste teimosamente
em falhar no terreno, pautando-se por assumir posionamentos e tomadas de
decisões desajustadas e desenquadradas que o momento politico do país exíge.
A CEDEAO, para mostrar aparente “autoridade”
e fazer ilusóriamente
respeitar, teima em apostar em decisões musculadas, mas completamente
desacertadas, as quais, violam e espezinham grosseiramente a nossa Constituição,
a nossa soberania e nossa dignidade como
Povo e Nação forjadas numa luta de independência impar.
É cada vez mais flagrante de
que, a CEDEAO é uma organização, sem autoridade moral e exemplos de boa conduta
política, pois na Guiné-Bissau, ela tem abusado e estravasado das prerrogativas da sua mediação e, tem assumido
recorrentemente, posições de flagrante desrespeito para com o Povo guineense,
pela nossa soberania nacional e pela vontade popular plasmada nos resultados da
última
eleição legislativa de Março passado.
Esta conclusão para mim, é bem
perceptivel e devidamente fundamentada nas diversas posições e factos
protagonizados por essa organização regional, entre as quais, passo a expôr,
apenas algumas de recente actualidade :
- à data presente, a CEDEAO, de
forma injustificável e descabida, tem demostrado um posicionamento de claro
favorecimento para com um dos contentores políticos, elegendo-o como o interlocutor
político
priviligiado e mais credível de entre os demais, dispensando-lhe de há
uns tempos à esta data, descarada e inexplicável protecção e escolta
especial da ECOMIG, enquanto os demais lideres políticos e candidatos presidenciais, são ignorados e
deixados à sua sorte.
Pergunta-se com quais critérios e fundamentos se baseiam a CEDEAO para se dispensar ao candidato Domingos
Simões Pereira, vulgo DSP, essa protecção e escolta personalizada ? Não será que, a
justificação conjuntural que em tempos fundamentou esse beneficio, já
não está
caduco ? Ou será que, estamos perante tratamentos diferenciados, um para o “filho preferido”
e outro, para os “enteados”;
- A CEDEAO, tem-se posicionado recorrentemente
e de forma deliberada, sempre em alinhamento com as queixas e pretensões
apresentadas e defendidas pelo seu interlocutor priviligiado, mesmo que para tal, tenha que
disvirtuar regularmente o escopo da sua carta de missão, para invariavelmente, engendrar
posições e decisões que tendem a favorecer no quadro politico,
as pretensões do seu político protegido.
Este facto, foi recentemente verificável
aquando do posicionamento da última missão que, à partida seria uma
missão de avaliação e minotoramento do processo eleitoral em curso, mas acabou
por enveredar por considerações e recomendações que, vão muito para além do escopo da respetiva missão, acabando por imiscuir-se
grosseiramente no jogo político e no exercicio do judiciário, ao afirmarem no
comunicado final de que, “o Governo actual devia imperativamente manter-se em funções até a realização das eleições (????) e que, as instâncias judiciais deviam abster-se de criar entraves ao
processo eleitoral”.
Essas declarações, chocam pela
petulância e arrogância com que foram exprimidas e demostram um claro desprezo
da instância regional pelo nosso país e as nossas instituições da República,
porquanto, elas foram expremidas, à revelia e em clara deturpação dos respectivos mandatos.
Os membros do órgão de minotoramento, têm faltado sistematicamente ao respeito ao Povo guineense com declarações e posicionamentos estapafúrdios e grosseiros, deixando o essencial da sua missão por resolver, onde deviam tomar posições firmes e claras, como são os casos relacionados com a ilegalidade da “correção” do recenseamento (???) que esta a ser levada avante pelo Governo apesar das fortes contestações e, também, da legalidade ou não da existência da famigerada Secretaria de Gestão Eleitoral, estratégicamente entregue ao maior delinquente e fraudador de dados eleitorais do país.
Os membros do órgão de minotoramento, têm faltado sistematicamente ao respeito ao Povo guineense com declarações e posicionamentos estapafúrdios e grosseiros, deixando o essencial da sua missão por resolver, onde deviam tomar posições firmes e claras, como são os casos relacionados com a ilegalidade da “correção” do recenseamento (???) que esta a ser levada avante pelo Governo apesar das fortes contestações e, também, da legalidade ou não da existência da famigerada Secretaria de Gestão Eleitoral, estratégicamente entregue ao maior delinquente e fraudador de dados eleitorais do país.
Não será esta preferência
explicitamente assumida pela CEDEAO à favor de um candidato presidencial, um
sinal escamoteado de um apoio implícito da CEDEAO ao candidato DSP,
podendo este, ser considerado pelos eleitores, como o candidato oficial da CEDEAO
para as presidenciais na Guiné-Bissau ?
- A
CEDEAO, nas suas inúmeras missões de consulta ou minotoramento, nunca tentou
exercer o verdadeiro contraditório junto às demais partes
interessadas de forma coerente e responsável, para de forma sustentavel,
inteirar-se de forma ampla e inclusiva dos constrangimentos do processo
guineense, limitando-se a circunscrever as sucessivas missões de minotoramento
e outras, somente às questões suscitadas por uma parte do conflito e a recolher, apenas os inputs vindo dos círculos restritos, ondeo potestativo
candidato da CEDEAO, exerce lobby’s de influência muito fortes à seu favor.
Porque razão a CEDEAO, nunca mais
falou ou exigiu a questão da composição ilegal da Mesa da ANP reclamada pela oposição e, onde o partido
no poder, usurpou assentos no presidium recorrendo à métodos anti-democráticos,
anti-constitucionais e anti-regimentais da ANP para impôr pela via da força e
vontade maquiavélica do partido no poder, um Presidium de Mesa adulterado, em
flagrante contradição com o regimento desse órgão ;
- Aquando da sua última
missão, a CEDEAO, não se dignou a fazer nenhum pronunciamento sobre a
escandalosa apreensão da droga recentemente verificada no país.
Um caso de extrema gravidade onde, o Governo como detentor do poder politico e governativo devia ser fortemente interpelado pela CEDEAO, sobre as causas e origens deste acontecimento criminoso de grande amplitude. Um caso, em que a CEDEAO, devia exigir ao Governo, provar de forma clara e inequívoca o seu não envolvimento nesse acto criminoso, onde por força de uma coincidência altamente comprometedora, o principal protagonista desse tráfico de cocaína, é um conhecido “capo” da droga colombiana, surpreendentemente nomeado poucos dias antes pelo PM, ao cargo de Conselheiro especial com direito e regalias de um passaporte diplomático (com que fim ??? pergunat-se ??).
Um caso de extrema gravidade onde, o Governo como detentor do poder politico e governativo devia ser fortemente interpelado pela CEDEAO, sobre as causas e origens deste acontecimento criminoso de grande amplitude. Um caso, em que a CEDEAO, devia exigir ao Governo, provar de forma clara e inequívoca o seu não envolvimento nesse acto criminoso, onde por força de uma coincidência altamente comprometedora, o principal protagonista desse tráfico de cocaína, é um conhecido “capo” da droga colombiana, surpreendentemente nomeado poucos dias antes pelo PM, ao cargo de Conselheiro especial com direito e regalias de um passaporte diplomático (com que fim ??? pergunat-se ??).
Porque razão a CEDEAO fez ouvido
de mercador e olho miúpe a este flagrante acto criminoso de financiamento da
campanha eleitoral, pressumivelmente engendrado em conluio pelo Governo e o seu
candidato presidencial, através do negócio da droga ?
- A CEDEAO persiste até a presente data, em
favorecer e fazer valer o seu roteiro de paz e os “Acordos” firmados no
processo da mediação em detrimento da nossa Constituição e demais Leis, quando
na realidade, esses instrumentos adotados num contexto temporal próprio
e especifico para a resolução do conflito politico-institucional guineense, tornaram-se
automáticamente
e de facto caducos e inaplicáveis, desde o momento que foram
realizadas as eleições democráticas, passando por essa via a prevalecer
de futuro o principio das regras do jogo democrático ditadas pelas instâncias
nacionais.
Porque razão, mesmo depois da
realização das eleições legislativas, a CEDEAO persiste na sua intervenção
grosseira e descarada nos assuntos da Governação do país, não se coibindo ao
desplante de dar “ordens” de se respeitar a manutenção obrigatória
de um Governo desacreditado, desorganizado e elitista, que dia à dia se afirma como o
Governo mais corrupto da nossa história democrática, um “Governo” às ordens e
orientações telecomandadas, que funciona segundo os interesses e estrategias de um partido politico e do seu lider
delapidador voraz do erário público.
Por estas considerações, creio
ter-se chegado a hora dos verdadeiros patriótas, dizerem BASTA AOS DESMANDOS
E INTERFERÊNCIAS
DA CEDEAO NA GUINÉ-BISSAU
E, esse basta, passa por confrontá-los
e afrontá-los
frontalmente..., com o orgulho da nossa soberania, com a força da nossa
dignidade com que em tempos, não aceitamos a subjugação colonial, e tão pouco,
aceitaremos pretensões de subalternização da nossa soberania aos interesses e
jogos estratégicos subregionais de cariz neo-colonial e de interferência na
escolha dos nossos destinos.
Minas Gerais, 12 de Agosto de
2018
Veríssimo M. Costa
Estudante
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