quarta-feira, 21 de agosto de 2019

"A SAGA DO IMPOSTOR"


"A SAGA DO IMPOSTOR"

INTRÓITO

Quero chamar à atenção dos leitores de que, este artigo divide-se em duas partes : 
O Impostor I e Impostor II

Ele retrata, do ponto de vista do seu autor,  a personalidade de um indivíduo que tem marcado, o cenário cimeiro da politica guineense nos ultimos tempos, captando das suas actuações, simpatias e ódios, tendo porém sempre num ou noutro sentido, os denominadores dominantes : a manipulação, um egocentrismo-obsolutista  e a conflitualidade permanente.

O IMPOSTOR I

Produto acabado do vazio politico pós-12 de abril, o Impostor soube surgir devidamente preparado e no momento certo, que as circunstâncias proporcionavam para tomar de assalto a liderança dos "Libertadores". Exímio orador, dotado de um discurso fácil, arrebatante e de lábia fina, o Impostor dotou-se de "atributos" mais que suficientes para vender uma boa imagem, num país política e conjunturalmente decapitado das suas lideranças e entregue às naturais balburias pós-golpe de estado.

Para o Impostor, com o tirocínio feito em vender a imagem de um "sobredotado", um "génio político", um "salvador da pátria" e até ao cúmulo do narcisismo ao exacerbar-se, querendo fazer-se erigir  no "novo Amilcar Cabral", o "Sol-maior" dos  guineenses, para não falar de, entre outros epítetos de puro charlatanismo político, era meio caminho andado, para impôr o seu plano político que hoje se transformou no nosso maior tormento político nacional.

Para o mal dos nossos pecados, foi nesse cenário caótico, de completo desacerto nacional e orfandade politica, que o impostor escolheu o timming certo para se emergir e ocupar o vazio de liderança politica que então se verificava, seduzindo e ludibriando tudo e todos, com a sua bem treinada fineza de falsa simpatia, bem acomodado num cinísmo inperturbável.

Contudo, decorridos pouco tempo, muito mais cedo do que se esperava, a prática acabou a mostrar aos guineenses que, na realidade, o Impostor não passava de um mero vendedor de ilusões, um autêntico fíasco político, um "fala barato" estruturalmente imaturo, sectarista, com complexos latentes de uma interiorizada "superioridade", mas acima de tudo, um narcisista, um mentiroso compulsivo e um intriguista que, não aceita partilhar ou cohabitar no poder com ninguém, ficando provado no curto espaço de tempo que esteve no poder, que ele, é o maior promotor e reciclador de conflitos no país.

Tais evidências, ganham ainda maior evidência, se se atender ao facto que, o Impostor não consegue cohabitar com pessoas competentes e do meio intelectual, preferindo fazer-se rodear, de bajuladores e servidores de conveniência que o aplaudem e lhe atribuem os louros mais descabidos possíveis e imagináveis. Aliás, basta ver a entourage do nosso "illuminati", repleto de  clakeros e de "antigos combatentes" desnaturados (os Manequinhas e outros...), que ornamentam o seu séquito de bajuladores para se compreender, o alcance desta manifestação de desconsideração para com o Impostor.

Quem o conhece no entanto, sabia de antemão que, outra coisa não seria de esperar do Impostor, pois a sua realidade vivêncial e preparação governativa careciam de argumentos que lhe dotassem de um arcaboiço político consistente e estruturado que lhe conferisse a sustentabilidade política, para ser um lider de referência nacional, um forte aglutinador de vontades e construtor de empatias para conseguir impôr-se com respeito e naturalidade no cenário politico nacional.

Ao que se sabe da sua experiência politica e governativa, contrariamente ao "riquíssimo histórial de lider inígualável" amplamente vendida pelos seus acólitos avençados e "bocas de aluguer", é que, o Impostor fora Director-Geral de um Ministério, onde de Obras, NADA deixou. Posteriormente, integrou um elenco governativo como Ministro mercê do lobby de um amigo (que hoje descartou) que o promoveu junto ao então Chefe de Governo (que hoje odeia), para o convidar a participar no primeiro governo de que fez parte. Igualmente, é sobejamente do conhecimento dos guineenses, de que o Impostor, nunca foi do partido que então  governava e que,  foi  por exigência da Direcção do partido então no poder, que o Impostor "foi obrigado" a filiar-se nessa formação politica..., essa mesma, que  por ironia do destino dirige hoje de forma despótica e seletiva. Mais tarde, com a queda do  governo  que então integrava  e, graças  aos  lobbys dos seus padrinhos de Lisboa e da confiança que nele depositava o PM cessante, foi indicado para o cargo de Secretário Executivo da CPLP. Em todos esses postos ocupados, NADA de concreto ou palpável o Impostor pode alegar como referência ou herança de uma grande gestão ou liderança.

Contudo, dessa sequência de NADAS, aproveitando-se do enorme vazio deixado pelo desclabro do golpe de 2012, o Impostor, com mestria e sagacidade de um bom oportunista, conseguiu emergir-se num àpice na liderança da esfera politica nacional e, arrebatar de mão beijada a liderança do maior partido politico do pais, no qual, em pouco tempo, passou a impôr um verdadeiro culto de personalidade à volta da sua despótica figura, pois hoje em dia, só com a subservência e a obediência aos seus ditâmes e vontade, se ganham bençãos da sua simpatia e favores, quer no partido, quer nas esferas do governo e instituições públicas.

Pergunta-se !,

Como foi possivel ao impostor galgar tantos degraus em curto espaço de tempo, para surgir no xadrez politico guineense como o factor X, tornando-se omnipresente em todas as equações e convulsões politicas do país ?

Como imaginar, uma personagem, que em tempos recuados era uma figura quasi-insignificante no cenário politico guineense possa, repentinamente transformar-se numa figura de tamanha conflitualidade, de tanta perversão de valores. Uma personagem, que se transformou num gerador ciclico de intrígas, propenso à ambientes e relacionamentos crispantes e criador de incompatibilidades titânicas, com todos os seus opositores políticos..., chegando a roçar ao ódio. ??

Como pôde, um político jovem que aparentava ter sensatez e tacto para o bem comum, uma figura de aparente simplicidade e de trato afável, sofrer uma metamorfopsia de caráter tão profundo e passar a ser um homem de permanente conflitualidade com todos que não se curvam aos desmandos, tornado-se num engocêntrico exacerbado, um narcisista primário, um élitista complexado e sectário que pauta o seu comportamento em grupo por um egoismo quase absolutista e à volta de quem, giram todos os problemas e conflitos que o país hoje enfrenta

Temos que admitir, que o Impostor é um político dotado de um caráter peculiar que o nosso xadrez político nunca tinha experimentado até então, pois trata-se, de um político que rege as suas atuações pela mentira e falsidade, sustentada por comportamentos ditatoriais, absolutistas e de ilusões messiânicas, quando, na realidade não passa de um perigoso manipulador que promete e não cumpre, que divide para melhor reinar, que diz  uma coisa e faz outra, um falsário, um puro delinquente de colarinho branco que brevemente nós daremos a conhecer aos nossos seguidores.

Analisando a nossa história democrática recente, nem Nino Vieira, um lider híbrido militar-político, com comportamentos quase marciais, nem o carismático e campeão politico nacional,  Carlos Gomes Júnior, os mais insignes lideres dos Libertadores, depois de Amilcar Cabral, conseguiram extremar tanto a nossa sociedade e criar tão enorme divisão aquando das respectivas  lideranças desse polémico partido.

Hoje, o Impostor conseguiu, em pouco espaço de tempo, suplantar todos os recordes negativos dos seus antecessores e colocar hoje, o partido que dirige à beira do colapso.

PS : segue dentro de dias, a sequência deste artigo, "O Impostor II"

Bolama, 21 de agosto 2019
Ntchanga di Coburnel

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